segunda-feira, 18 de abril de 2011

adolf hitler - o nazismo e o ocultismo - parte II


Em 1913, Hitler realiza o sonho de toda uma vida. Ele abandona o emaranhado étnico que era a Áustria e se muda para a Alemanha. Para ele, uma terra de pureza racial. Quando estoura a Primeira Guerra Mundial em 1914, Hitler se alista pela Alemanha. Hitler tinha levado uma vida de escuridão, ociosa e desorientada, antes da guerra e, em grande medida, ele sentia que de algum modo ganharia filiação espiritual pertencendo à nação alemã através do serviço militar.
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Hitler no Exército

Nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, milhões de soldados assustados escrevem poemas e cartas a suas esposas e namoradas. Não Adolf Hitler. Num poema curto e de influência ocultista, desenha símbolos mágicos feitos pela lua que segunda a crença ocultista, deixaria seus inimigos indefesos. Hitler escreve poesia em honra dos deuses Alemães, os deuses Teutões, que conheceu através de Von Liebenfels, Von Liszt, e de toda a atmosfera pagã, esotérica e ocultista de Viena naqueles dias. É um poema muito curioso. Ele oferece um momento para refletir sobre o estado mental que Hitler poderia ter sido encontrado naquele momento. Seu estado mental poderia ter estado alterado pela constante ameaça de morte.
Anos depois, Hitler contava a história de como se livrou por muito pouco enquanto jantava com seus camaradas nas trincheiras. De repente, uma voz parecia dizer-me: “- Levante-se e vá até lá”. Foi tão claro e insistente que automaticamente obedeci, como se tivesse sido uma ordem militar. Mal acabara de fazê-lo, um flash e um barulho ensurdecedor me chegaram de uma parte da trincheira que acabara de deixar. Uma bomba explodiu sobre o grupo com o qual havia estado sentado e todos eles morreram.
Hitler sempre sentiu que era destinado para algo especial. Mas era somente uma sensação persistente que não havia sido justificada pela experiência. De repente, na guerra se encontrou sendo salvo de uma morte certa em mais de uma ocasião e estes episódios de salvação reforçaram em sua mente que estava sendo salvo para algum propósito elevado. Nos últimos dias da Primeira Guerra Hitler foi ferido e recuperava-se quando lhe chega uma notícia que causa dor como se fosse uma segunda ferida: A Alemanha se rendeu.
A derrota foi tão chocante que os alemães criam um mito para explicá-la, “Dolchstosslegende”. Dolchstosslegende é a lenda da punhalada pelas costas, que a Alemanha ganharia a guerra, e que tudo estava indo bem. Acreditando que tinham perdido não só por terem sido derrotados na batalha, mas porque alguém os esfaqueou quando não estávamos olhando. E quem empunhou a faca? Socialistas e aquele arqui-inimigo da doutrina ocultista ariana: os judeus.
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Emblema da Sociedade Thule
Pouco tempo depois, um grupo de antissemitas formou uma associação exclusiva dirigida para Thule, a lendária pátria dos Arianos. Seus membros debatem sobre política, ocultismo e os judeus. A Sociedade Thule se torna no berço do partido Nazi. Em 1919, um membro da Thule forma o prelúdio para o partido nazi, o Partido Alemão dos Trabalhadores. Uma reunião se converte em uma encruzilhada do destino.
Hitler, ainda cabo do exército foi destinado a espionar o novo partido, porém, o tiro sai pela culatra e ele gosta do que ouve nesta reunião. É uma mistura estranha de ideias sobre um espírito animado alemão, algo de antissemitismo, um pouco de anticapitalismo incluído, uma mistura caseira de ideias. Hitler deixa de ser um espião e acredita que este é o laboratório perfeito para experimentar política e socialmente com as ideias que tem para uma Alemanha maior.
Adolf Hitler, o espião do exército, passa a ser o membro do Partido Alemão dos Trabalhadores nº 555. A maior parte dos seus membros não é mais que agitadores de ultradireita incapazes de reintegrar-se a sociedade civil. A guerra é eterna para eles, e estão determinados a superar a vergonha, a humilhação e reconstruir o que creem que é a verdadeira Alemanha que havia sido subvertida pela “punhalada nas costas”.
Pouco depois de Hitler se unir ao grupo, este passa a chamar-se Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores, (em alemão Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei) também conhecido como Nazi.
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Dietrich Eckart
Entre seus líderes, estava Dietrich Eckart, um jornalista ocultista. Eckart se converte no guru espiritual do partido Nazi. Passa a cuidar de Hitler e a prepará-lo para o poder. Hitler estava literalmente encharcando-se de antissemitismo sob a influência de Dietrich Eckart. Foi o mentor de Hitler. Foi a pessoa que mais influenciou Hitler nesta etapa tão crucial de seu desenvolvimento.
Eckart estava decidido a cultivar esta noção messiânica em Hitler porque ele mesmo acreditava que, pensando politicamente, precisava de um instrumento poderoso, um raio.
Dietrich Eckart morreu de um ataque do coração em 1923. Em seu leito de morte, supostamente disse a Hitler: “Hitler dançará, mas serei eu quem tocará a música. Não chorem por mim porque terei influenciado a história mais que qualquer outro alemão”.
Assim, Eckart tinha uma ideia muito exagerada da sua própria influência sobre Hitler, mas poderia ser muito bem justificada. O ocultista Eckart estava entre os poucos que previam a ascensão de Hitler. Outro deles foi uma astróloga popular que não tinha sequer conhecido Hitler: Elsbeth Ebertin.
Ebertin_ElsbethEntre as entusiásticas seguidoras de Hitler em Munique, havia uma mulher que enviou a Ebertin os dados do nascimento de Hitler e pediu-lhe para fazer uma predição de seu futuro. A resposta: “Está destinado a desempenhar o papel de führer nas futuras batalhas, e a sacrificar-se pela nação alemã. E ele irá enfrentar todas as circunstâncias mesmo em questões de vida ou morte”.
A predição de Ebertin chegou aos ouvidos de Hitler no final de 1923. Hitler tinha sentimentos mistos sobre isso. Hitler não queria acreditar que as estrelas controlavam seu destino. Como alguém que queria controle absoluto sobre a Alemanha, sobre sua vida e sobre o mundo, por certo, Hitler não queria acreditar que havia outras forças que podiam ter maior poder que ele mesmo.
Web_of_debt_hyperinflationA oportunidade de Hitler de chegar ao poder surge do caos da derrota na Primeira Guerra Mundial. Alemanha devia aos aliados bilhões em indenizações de guerra. E ao Governo alemão ocorre a ideia de que, “Você quer seu dinheiro? Nós lhe daremos todo o dinheiro que devemos”. E começam a emitir dinheiro sem nada que o respalde. Este é o período da hiperinflação, de imagens de pessoas empurrando carrinhos de mão cheios de marcos alemães até o supermercado para comprar um pão.
A economia alemã afunda para mínimos históricos. E o mesmo ocorre com a popularidade do novo governo. Hitler aproveita o momento para tomar o poder. Com uns 600 seguidores armados, Hitler e seus comparsas irrompem um motim político numa cervejaria de Munique. Convencem o grupo a unir-se em um golpe de estado. No dia seguinte 2000 homens marcham para derrubar o governo. E se convencem de que esse é o momento, de que é o momento de atuar. Porém a marcha acabou mais parecendo uma briga de bêbados do que qualquer outra coisa. Fato que provocou a prisão de Hitler. A ele se junta no cárcere Rudolf Hess, que um dia se tornaria seu braço direito, o vice-führer.
Durante o tempo na prisão, Hitler escreve “Mein Kampf”, um guia de seu Terceiro Reich, inspirado nas crenças racistas de seus mentores ocultistas. O livro é praticamente ignorado. Hitler dedica seu livro a seu falecido mentor, Dietrich Eckart.
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Em dezembro de 1924, após nove meses na prisão, Adolf Hitler é posto em liberdade, voltando imediatamente a organizar o partido Nazi. Nesse momento, o partido é só mais um entre vários partidos que propagavam certas ideias sobre uma mítica raça ariana, A teoria da punhalada nas costas que coloca os judeus como o princípio mau por trás da derrota. A vergonhosa derrota da Primeira Guerra Mundial. Com seu orgulho ferido e seu exército derrotado, os alemães olham para seus líderes em busca de esperança. Mas alguns se conformam com o ódio.
Antes de 1928, o Partido Nazi ainda é pequeno, 100.000 membros liderados por Hitler. Mas isso muda rapidamente. É realmente com a grande depressão, a catástrofe econômica, e o desemprego generalizado, que os nazistas finalmente conseguem ter o rico campo de recrutamento que sempre haviam desejado. Eleitores desesperados se agarram a mensagem nazi. As eleições de 1930 estabelecem aos nazistas um partido importante.
E em seguida, uma desgraça particular e um contratempo público. No mês de novembro de 1932, a amante de Hitler, a jovem de 20 anos, Eva Braun, tenta suicidar-se. Nessa mesma semana, os nazis de Hitler perdem assentos no Reichstag, o congresso alemão. Tudo estava dando errado. Há casos documentados de Hitler perdendo o controle, pondo-se a chorar. Este era um momento no qual ele acreditava que tudo estava perdido, apesar de ter chegado tão perto do poder. O próprio Hitler fala em suicídio.
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Erik Jan Hanussen ao lado de Hitler
Aí, está documentado que Hitler conhece o famoso astrólogo Erik Jan Hanussen. Hanussen faz uma predição improvável. “Em 30 dias, uma mudança decisiva. Talvez, até mesmo o poder”. Mas, isto é impossível, em dezembro de 1932, Hitler não teve nenhuma esperança de alcançar este tipo de poder. Hanussen sugere algo que lhe ajudará a realizar seu objetivo: Um amuleto de boa sorte. Hanussen fala para Hitler que ele deve voltar a sua cidade natal e encontrar uma raiz de mandrágora. A mandrágora é uma raiz com forma humana que segundo os ocultistas europeus possuía poderosas propriedades medicinais. Segundo o autor Peter Levenda, Hitler pediu a Hanussen que encontrasse a raiz. Hanussen viaja a cidade natal de Hitler e encontra a mandrágora escavando no jardim de um açougueiro. No dia de ano novo de 1933, Hanussen entrega o amuleto a Hitler. Segundo o Professor Nicholas Goodrick-Clarke, esta é a mandrágora de Hitler.
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O fato de Hitler receber um objeto semelhante ou até mesmo estar disposto a aceitá-lo sugere uma notável suscetibilidade à superstição e ao ocultismo nesse momento. Este jornal de Viena mostra Hitler com a mandrágora.
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Em um cordão no seu pescoço havia uma cápsula e nesta havia alguns versos que Hanussen havia supostamente escrito descrevendo um vínculo entre ele, a mandrágora e Hitler. Os versos diziam que Hitler teria poder ilimitado e boa sorte, caso mantivesse fiel o vínculo entre os três. A sorte de Hitler, então, mudava.

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